terça-feira, 4 de dezembro de 2007

"Voz Que Se Cala"





"Amo as pedras, os astros e o luar
Que beija as ervas do atalho escuro,
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais, divinamente puro.
Amo a hera que entende a voz do muro
E dos sapos, o brando tilintar
De cristais que se afagam devagar,
E da minha charneca o rosto duro.
Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam,
Tudo o que é Infinito e pequenino!
Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino!..."

Florbela Espanca

1 comentário:

Anónimo disse...

Ama, ama sim, agora aqui, amanhã e sempre mais além...
Ama, mas sobretudo ama-te a ti...
Para que não te falte ninguém...

«O homem do sótão»